O livro narra a história da doce paixão entre duas amigas adolescentes em um remoto povoado no interior da França.
Régine Deforges retrata a transmutação de uma intensa amizade entre meninas para a explosão do desejo sincero, sem culpa, vergonha ou qualquer sentimento incutido pelo rígido ordenamento moral da nossa época e do lugar.
O amor surge com toda sua força e, depois do Diário de uma das apaixonadas ter sido roubado e o segredo delas, revelado, tudo começa a mudar e a luta de uma das amantes inicia buscando não perder a sua amada.
Se você assistiu o filme antes de ler o livro. Pare. Esqueça o filme e leia deliciosamente este livro. Verá que vale a pena. O filme não foi fiel ao livro de Deforges. No filme, o desfecho para uma das apaixonadas é trágico (pronto, contei!) , o que, na minha opinião é uma aberração contra tão sublime obra e contra Defórges. O filme mutilou o romance, tornando-o algo androcentrico (não sei se existe a expressão - inventei agora para apontar o direcionamento de algumas obras colocando sempre as figuras masculinas em evidência), onde a trama rompe com o prumo linear do primeiro amor entre duas garotas, a descoberta do sexo prazeroso (mesmo sem a figura de masculina).
No filme, o subtexto e o desfecho trágico (o que não existe no livro, torno a salientar) nos conduz àquela vala consolidada pela moral global do "crime e castigo". (Ainda é, apesar das lutas, algumas conquistas e lentas mudanças).
No filme, uma das jovens é descaradamente punida (mesmo que autoimposta) com a morte, TOTALMENTE CONTRÁRIO ao desfecho do livro. Ou seja, ela foi punida (e sua parceira de tabela) porque "pecou", cometeu o crime de amar profunda e desesperadamente outra garota.
Enfim, enquanto o livro foi a minha melhor leitura da vez, o filme só serviu para que avinagrasse o doce sabor do vinho derramado em cada página da obra de Regine Deforges.
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